sábado, 13 de setembro de 2014

Motivos para deletar sua conta no Facebook

____Uma coisa interessante no caderno do jornal O Globo, Rio Show, é o tema de certas reportagens de capa. Não é porque sou ávida freqüentadora de casas noturnas ou bares pela Lapa, mas, como todo adolescente ou jovem adulto, tenho uma vida social ativa (e cobrada pelos amigos), de forma que vez ou outra a reportagem da capa me chama a atenção. Numa antiga edição, li a matéria “O importante é compartilhar” sobre interessantes curiosidades da super exposição de pessoas da minha faixa etária: diferentes tipos de compartilhamento de fotos em eventos, boates, etc. Resumidamente, a reportagem trouxe uma das atrações principais das festas cariocas: jeitos de postar no Facebook, Instagram, Twitter, etc. etc. etc., que você esteve em determinada festa ou evento.
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Confession de Pawel Kuczynski

Não vou negar que não acho divertida a idéia de ter minha foto projetada no telão em tempo real, depois de posar para um Iphone qualquer e botar a hashtag #festadaora. Ou então a cabine de fotos que imprime na hora as fotos tiradas com os amigos. Um espelho sensível ao toque em que se tira foto de si mesmo e pode compartilhar em qualquer rede social? No mínimo, muito legal.
____Uma das entrevistadas disse: “Quando a gente se produz para sair à noite, quer mesmo é que todo mundo veja. Com a foto postada na mesma hora, a coisa fica melhor. É ótimo para provocar um ex-namorado". Não acho que ela esteja errada. Ou melhor, é irrelevante a minha opinião. Mais importante que isso é saber que, para a maior parte dos jovens cariocas que saem à noite para baladinhas ou bares agitados, essa é a idéia mesmo. As pessoas, mais do que nunca, querem ser vistas e fazem questão de mostrar isso.
____Já faz um ano que dei adeus à principal rede social desde a invenção da internet: o Facebook. Podem me chamar de radical, mas fui vendo a coisa com outros olhos quando certas postagens apareciam no meu feed. Sem entrar em muitos detalhes, tudo aquilo que todo mundo reclama sobre o Facebook (postagens irrelevantes, fotos espontaneamente forjadas, chamadas para eventos aleatórios, além de pouca privacidade) me fizeram chegar a um nível de irritação com o site tão grande que eu não hesitei em deletar a minha conta – e fazer um lembrete de não avisar a ninguém, antes que fizessem algum tipo de chantagem emocional comigo.
____Depois disso, vieram reações diversas dos amigos: gente me amaldiçoando por não conseguir falar comigo, colegas me parabenizando e algumas piadinhas. A amiga dizia “queria te mandar um vídeo” e, com certa derrota e um misto de vergonha, eu respondia “manda por e-mail”. Não tinha jeito. Sempre alguém dizia, ironicamente, “por e-mail? Pode ser por carta? Ou prefere bilhetinho debaixo da porta?”. Mas já me acostumei.
____Já que estamos falando de vida noturna e fotos comprometedoras, eis o meu questionamento. Lembro bem das fotos de amigas – bem, não exatamente amigas, talvez colegas ou simplesmente “gente que vi uma vez na vida” – super produzidas, com vestidos curtos e maquiagem pesada. Amigos – ou “gente com quem eu nunca troquei um oi”- postando fotos na 00 com uma vodca na mão, abraçado com os “parceiros”, fazendo aquela cara de bebinho.
____Interessante mesmo.
____Eu ficava me perguntando “o que essas pessoas querem provar?”. Porém, veja só, comecei a ver a coisa de outra forma. Não é “o que”, mas “quem”. Digo, “quem essas pessoas querem atingir?” seria a pergunta certa.
____A reportagem até traz uma fala de um especialista, já que o tema sobre a vida não tão privada dos jovens tem sido alvo de discussões. A verdade é que o Facebook perdeu um pouco do sentido para mim, a partir do momento em que percebi que tudo dele era um novo “cartão de visitas” e as pessoas projetavam um “eu” que não era correspondente ao real.
____Não à toa, “Face” e “Book” remetem a uma espécie de “catálogo de rostos”, numa interessante interpretação, que vai além da história do surgimento da rede social. Não se julga pelo que se fala, pelo que se é. Mas pelo que se parece (ou aparece). Não importa se fulaninha seja a garota mais engraçada que você já conheceu: ela não é bonita o suficiente. Não importa se aquele cara tem ótimas idéias: ele tem as fotos bloqueadas. Não importa se você está namorando: se não está no status, é mentira.
____Talvez eu não tivesse me rebelado tanto contra a rede social se as pessoas soubessem usá-la. Eu tinha quinhentos e tantos amigos na minha lista do Facebook. Com quantos eu realmente falava? Com quantos eu realmente saía? Quantos eram meus melhores amigos? E recusar uma solicitação de amizade – mesmo que você não seja amigo de fato da pessoa – é considerado má educação! Eu precisava me submeter a postagens sem qualquer relevância no meu feed de “notícias” sobre gente que eu nem lembrava quem era.
____Sem contar que, como qualquer jovem, a grande maioria está sujeita a ultrapassar certos limites e, às vezes, não porque querem, mas porque ainda não tem o tato social e noções do que é aceitável ou não de se expor abertamente a qualquer público. Ou seja, certos comentários ofensivos e desnecessários, certas fotos, certas “curtidas”… Todo dia eu me deparava com alguma coisa socialmente bizarra demais.
____Sinto falta do tempo em que as fotos eram tiradas para se lembrar de momentos e não para provocar inveja em meninas feias ou ciúmes em ex-namorados. A época em que as fotos eram tiradas (e reveladas!), posteriormente guardadas numa caixa ou num álbum de fotos – às vezes, se fossem muito importantes, expostas num porta-retrato, na privacidade do lar – e, num momento de completa nostalgia, folheava-se páginas e páginas de momentos maravilhosos. Com a popularização de câmeras digitais, com as quais se pode tirar mil fotos e apagar 900 que ficaram ruins, o “momento” da foto fica cada vez mais banalizado e usado para ser postado em alguma rede social, para provar que você foi a algum lugar muito interessante, com seus melhores amigos do mundo para atrair a atenção de tantas outras pessoas que estão interessadas na vida alheia.
____A vida tornou-se um show. Faz-se de tudo para ganhar setenta curtidas na foto postada do Instagram e, para isso, não são medidos esforços. Vale tudo. Desde apelação sexual até bizarrices inimagináveis. Ser famoso na internet não é menos interessante do que ser famoso “na vida real”. Desde que se seja famoso, em primeiro lugar.
____E então as pessoas são movidas pelo que elas querem parecer no mundo virtual e se esquecem das coisas mais importantes do que acontece, literalmente, na frente delas. Momentos em que há dez cabeças sentadas numa mesa de bar e não se tem conversa ou qualquer interação, porque todo mundo está ocupado demais esperando o 3G funcionar.
____A verdade é que eu percebi que eu não precisava disso. Eu não queria provar nada a ninguém. Muito pelo contrário: eu sentia falta da minha privacidade e de manter a minha lista de amigos restrita apenas à minha lista telefônica. Eu finalmente percebi que é muito mais gostoso ter um almoço com um amigo que você não vê faz mais de um mês do que mandar uma inbox dizendo que sente saudades e ficar por isso mesmo.
____Eu não quero terminar esse texto com aquela pergunta clássica “e você?”. No fundo, eu reconheço que o Facebook tem suas vantagens também. A minha cartada final é apenas relatar a minha maravilhosa experiência de não perder mais o meu tempo com babaquices alheias (que devem inevitavelmente tomar parte do seu tempo diário, caso o leitor tenha uma conta ativa) e perceber que a maior parte das pessoas ainda não quer fazer nada a respeito de coisa alguma, mas acham que fazem ao compartilhar um texto de cunho político ou curtir uma página do Rio Eu Amo Eu Cuido.
____Àqueles que imploram para que eu volte para o mundo mágico da fantasia virtual: eu voltarei (algum dia, mas voltarei). Enquanto isso não acontece, eu afirmo: há vida após Facebook.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Oi, quanto tempo!

_____Coisa normal: largar o blog. Quem nunca, não é mesmo? A verdade é que eu tenho percorrido infinitos caminhos e deparei com diversos blogs pela internet. Claro, só me deu vontade de voltar à ativa, apesar de sinceramente não achar que isso valha muito a pena, porque minha capacidade de manter um domínio na internet é quase nula.
_____De qualquer forma, venho com algumas atualizações básicas dos últimos dois anos: moro sozinha, tenho um carro (atualmente no conserto), estou no meu terceiro ano de Engenharia Ambiental e faço mil e outras coisas. A minha última grande idéia foi decidir juntar uma grana e passar alguns meses viajando o mundo (pode ser só a Europa, hehe). Talvez eu compartilhe algumas das minhas descobertas por aqui, já que esse é um blog pessoal.
_____Eu tive, na mesma época do surgimento desde blog, uma outra idéia de começar uma segunda página na web sobre uma "reforma" no meu quarto. Eu estava descobrindo o Incrível Mundo dos DYIs - boa idéia para uma próxima postagem! - quando me ocorreu uma idéia: por que não lançar um desafio em que eu fizesse uma reforma no meu quarto - com as próprias mãos - no prazo de um ano? O blog seria uma forma de comparar o que eu tinha quando comecei e o que eu consegui modificar ao longo de longuíssimos 365 dias. Ainda continuo achando a idéia muito boa, mas como moro sozinha, a idéia se prolongou para o apartamento inteiro e, talvez, 1 ano seja pouca coisa.
_____Além dessas idéias doidas, eu tenho mais um monte de projetos na minha cabeça. Por exemplo, tenho muita vontade de fazer um documentário. Mas eu não faço a mínima idéia de como começar um! Queria praticar o "jeito" de se fazer um documentário fazendo pequenos vídeos sobre algum assunto específico, mas nada muito sério. Eu tenho até tripé!
_____Bem, para que esse post não seja completamente inútil, aqui vai uma foto de um belo peixe:


_____Boa semana!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dose Dupla


The Devil Wears Prada (O Diabo Veste Prada) - Lauren Weisberger

Esse livro de Lauren Weisberger foi, como já devem ter adivinhado, a inspiração para o filme de mesmo nome, com a queridinha Anne Hathaway e a excelente atriz Meryl Streep. Aliás, que atuação! Mas não quero falar sobre o filme por enquanto.
Como no filme, a personagem principal muda mesmo: uma garota considerada brega e que não liga para roupas de marca se transforma em uma vítima da moda. Isso acontece aos poucos e sem que ela perceba. Acho que é bem realista essa parte. É legal acompanhar a personagem evoluir/retroceder, dependendo do ponto de vista. Além de vítima da moda, acaba se tornando também uma workaholic, já que a chefe é exigente e não liga para horários de trabalho. Ela tem afetados o relacionamento com o namorado, com a família e com a melhor amiga, que não aparece no filme! Quer dizer, aparecer mesmo, até aparece, mas não tem o papel importante como no livro. O final também é um pouco diferente, embora a essência se mantenha a mesma.
Essa edição eu ganhei há alguns anos de uma amiga, na versão em inglês, quando eu ainda estava no meio do meu curso - que, finalmente, eu terminei ano passado (tanto o livro, quanto o inglês) - e que ela esperava ser uma daquelas leituras light e fáceis. Dependendo do seu nível de inglês, funciona assim mesmo.
A história é bem parecida com a do filme: uma garota meio alheia ao mundo da moda, Andrea Sachs, tenta o cargo de assistente júnior da editora chefe fodona da revista Runway, Miranda Priestly. E aí, mesmo não suportando a chefe ou a colega ou aquele mundinho fútil em que viviam, ela enfrenta o desafio e mostra que é pra lá de competente.
Depois de algumas resenhas lidas sobre o livro, não tenho muito uma opinião a dar, para ser sincera. Não acredito que seja um ótimo livro, mas posso elogiar bastante o cunho realista dele. Não é à toa que a escritora tenha passado por um cargo parecido antes de escrever o livro... Dizem que pode ser coincidência ou não... Eu tenho certeza que foi o que a inspirou para escrever o best seller. Se não fosse assim, não seria tão minuciosamente descrito e bem feito. O filme não deixa a desejar, embora tenha sido mudadas algumas coisas - mas isso é de praxe! Eu recomendo àquelas pessoas que não procuram por uma leitura pesada e formal. Bom para as férias, com certeza!
No geral, um livro para passar o tempo. Nada de super indispensável na prateleira, mas para quem quer treinar o inglês, vai a dica...

Do amor e outros demônios - Gabriel Garcia Márquez

É, pra quem leu O Diabo Veste Prada, Gabriel García Márquez é um passo e tanto. Eu prefiro dizer que sou uma leitora eclética e que os clássicos me atraem muito. Não que esse livro seja um dos super clássicos, mas o autor está entre os "must reads" de muitas listas por aí. Pra quem não sabe, ele é o mesmo autor de O amor nos tempos do cólera e Cem anos de solidão, tendo adaptações para o cinema e tudo.
Como a minha edição não tinha sinopse, eu fiquei meio perdida até o meio do livro. Sobre o que se tratava? Eu não tinha idéia. Sabia que a personagem principal era uma menina que tinha lá pelos seus doze anos, com cabelos loiros e muito grandes, por nunca terem sido cortados. Era uma promessa que sua mãe fizera quando ela nasceu. Aparentemente, o autor teve a idéia quando fazia uma reportagem e encontrou um túmulo no qual os restos da tal menina prevaleciam, junto com vinte e dois metros de cabelo. A partir daí, estava montado o roteiro.

Em meados do século XIX, Sierva María é ainda moça quando é mordida por um cão com raiva, enquanto passeava no mercado junto com uma escrava. Com medo de que a doença se agravasse, seu pai, que muito a amava, procura um médico e um bispo. O médico diz que nada tem a se fazer, a não ser esperar... A raiva poderia ser contraída ou não, ele não podia afirmar com certeza. Já o bispo diz que o melhor remédio seria levá-la ao convento, para que Deus pudesse curá-la melhor. O pai, um velho marquês, reluta, mas deixa aos cuidados das freiras sua única e querida filha.
Porém, no convento, Sierva María é tratada como se fosse possuída pelo demônio por ter um comportamento muito estranho. As freiras só não sabiam que a menina tinha sido negligenciada pelos pais durante anos e passou a freqüentar a senzala e a ser criada pelos escravos, de modo que aprendeu seus ritos, seus costumes e até suas línguas. Lá, Cayetano Delaura é o padre encaminhado para seu exorcismo, cuja execução é certa. Mas ele vai conhecendo a menina e descobrindo que talvez ela não estivesse possuída e sim muito assustada. De resto, é fácil prever uma relação entre a menina e o padre... Certamente um escandâlo, mas bem a cara de Gabriel García Márquez!
Bem, o enredo é diferente. Nada de um amor comum, um casal jovem e que se encontram por acaso na escola, faculdade, trabalho, seja lá onde for. A história é realmente algo que me atraiu no livro, embora até a metade eu ainda estivesse na dúvida sobre terminar ou não a leitura. O modo como o autor aborda a história de cada personagem também conta muitos pontos, por fazer o leitor conhecer a fundo o histórico de cada um. Isso ajuda a entender os por quês de muitas ações e diálogos entre personagens... A leitura não é simples, mas não chega a ser tão difícil como O Retrato de Dorian Gray, por exemplo.
Excelente livro, que lembra um pouco alguns contos como Rapunzel e Cinderela, mas que tem seu desfecho mais realista que outras histórias...

P.s.: começo esse mês (e o ano) com um Clube do Livro - As Pirigoethe, junto com mais duas amigas. O livro de janeiro é Madame Bovary de Gustave Flaubert! Quem quiser nos acompanhar, tamo junto ae!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Como fazer a capa de um caderninho e passar o tempo

Vim hoje com um "como fazer" bem, bem simples. Fiquei animada fazendo num caderno antigo e acho que tem muita gente que gosta do efeito, mas não sabe bem como executar. Quando se fala então de contact, elas piram! Mas vamos ao que interessa...

Se você tiver algum caderno sem graça como este:

Você pode transformá-lo em algo mais interessante:

Antes, você precisa de alguns materiais:

- O caderno que você quer customizar (claro)

- Cola

- Tesoura

- Algumas imagens coloridas, interessantes, qualquer coisa que lhe agrade

- Antigos adesivos que você nunca mais vai usar porque são muito infantis (hora que gastá-los!)

- O temido contact (plástico que gruda)

- Paciência (se tudo der errado)

- Criatividade

Tudo bem, vamos começar. Depois de providenciar o material, pegue as figuras que você recortou e juntou. Escolha as mais divertidas, mais coloridas, de preferência (o resultado final fica mais bonito). Abra a capa do caderno e arrume as figuras do jeito que preferir e como você quer que fique no final. Tente usar o máximo de figuras possíveis e depois de organizadas, tire uma foto! Ela vai servir de guia para você saber onde colar cada foto e em que ordem. A minha foto ficou assim:

Agora é só começar a colar! Não esqueça de seguir o modelo de sua foto (afinal, ela serve pra isso mesmo).

Depois, pegue os adesivos! Espalhe alguns fofinhos pela colagem. Infelizmente, eu descobri que não tinha muitos adesivos interessantes, então eu botei poucos...

Certo, hora do plástico! Pegue o contact e corte um pouco maior que o tamanho do seu caderno. Então é só começar a plastificar.

Nas bordas, corte deste jeito:

Continue a cobrir toda a capa com o plástico...


Depois de terminar essa parte, ESTÁ PRONTO! Muito, muito fácil.


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